19 Setembro, 2022

Tem crédito habitação? Saiba como usá-lo a seu favor para abrir o seu próprio negócio.

Grupo NBrand - Media - Tem crédito habitação? Saiba como usá-lo a seu favor para abrir o seu próprio negócio.

No que toca à habitação, são muitas as famílias portuguesas e particulares que recorrem ao crédito habitação, como instrumento de capitalização na aquisição de um imóvel, quer seja para habitação própria permanente, habitação secundária ou como investimento.

Tendo em conta que normalmente, em nenhum destes 3 cenários, o adquirente se pode financiar a 100% para a aquisição do imóvel, acaba por aportar um valor significativo do seu capital próprio como percentagem de entrada na compra do imóvel, sendo esta um mínimo de 10 a 20% do valor do imóvel, na maioria dos casos.

Para algumas famílias, estes 10 a 20% podem significar uma fatia bastante significativa das suas poupanças, que posteriormente limita a sua tomada de decisão em outras áreas e dinâmicas das suas vidas por escassez de capital, como por exemplo, empreender.

A ideia de negócio pode ser brilhante, o mercado em que se insere ser prometedor, o empresário pode reunir todas as competências, mas perante a falta de capital, o negócio nunca sairá do papel. É neste ponto que o seu crédito habitação poderá ter algo a dizer. Através de um mecanismo financeiro designado por Refinanciamento.

O refinanciamento do crédito habitação pode acontecer quando há uma valorização do valor de mercado do imóvel, comparativamente ao seu valor na data de aquisição do mesmo. A diferença entre o valor do empréstimo à habitação e o atual valor da casa, poderá ser financiado e agrupar este 2º financiamento na mensalidade do crédito habitação que o proprietário já possui.

Vamos passar a um exemplo, para melhor compreensão:

Em 2017 o João comprou um apartamento T2 no Porto por 125.000€. Adquiriu o imóvel através de um crédito habitação, do qual se financiou em 90% do valor do mesmo, ou seja, um empréstimo no valor de 112.500 €.

Passados 5 anos (em 2022), o mercado imobiliário inflacionou e os imóveis na região do apartamento do João valorizaram, por diversas razões. Além disso, o João fez algumas obras de remodelação no ano passado, o que contribui para uma valorização ainda maior. A título de curiosidade, o João solicitou ao seu banco uma avaliação do imóvel, que consequentemente enviou um perito e passadas 2 semanas o banco comunicou ao João que o valor atual do seu imóvel era de 180.000 €.

Não podemos esquecer que nestes 5 anos, o João religiosamente pagou o seu crédito habitação e durante este período conseguiu abater 12.500 € de capital do seu crédito habitação. Subtraindo este valor aos 112.500 € inicialmente financiados, significa que à presente data o valor em dívida do seu crédito habitação é de 100.000 €.
Estamos então aqui perante uma diferença de 80.000 € (180.000 – 100.000), entre o valor de mercado do imóvel e o valor em dívida.

É possível então ao João recorrer a um refinanciamento. Habitualmente, os bancos fazem-no caso o proprietário tenha o imóvel há mais de 2 anos e refinanciam até 85% da valorização que o imóvel teve. De notar que, isto são apenas termos gerais e cada banco está no direito de definir as suas práticas.

Seguindo estes pressupostos, o banco poderia financiar o João em 85% dos 80.000 €, ou seja, 68.000 € que seriam colocados à disposição do João e este valor seria adicionado ao valor em dívida do seu atual crédito habitação, sendo renegociado o valor da prestação mensal.

Com este processo, o João assistiu a um aumento proporcional da mensalidade do seu crédito habitação, mas dispõe agora de 68.000€ que poderá utilizar para os fins que desejar, como sendo, empreender e abrir o seu próprio negócio. Recorrendo a um crédito pessoal, o João iria pagar taxas de juro muito superiores às do crédito habitação, tal como uma mensalidade igualmente superior, mantendo assim tudo agrupado num só crédito, com taxas de juro inferiores.

Assim, como facilmente se conclui, o Refinanciamento pode ser uma boa solução perante a falta de capital.

Contudo, antes de refinanciar o seu crédito habitação, deve-se ter em conta a sua atual situação financeira. Questione-se quanto tempo tenciona ficar na mesma casa ou quanto dinheiro irá poupar se optar por esta modalidade e não se esqueça de averiguar toda a oferta que existe para se certificar de que toma a melhor decisão e na altura certa.



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